Pessoas on-line

Pesquisar este blog

domingo, 10 de março de 2013

BLOCO ENCHENDO O SACO - ENCANTO RN


BLOCO ENCHENDO O SACO
      A história do bloco Enchendo o Saco começou em 1987. Naquela época o sucesso musical no carnaval era o “fricote” ritmo criado por Luís Caldas, grande músico baiano. Por causa desse sucesso criamos o bloco com o nome de FRICOTE. No carnaval daquele ano saímos apenas na primeira e última noite de carnaval e fizemos a folia no antigo “Bar das Almas”, em Pau dos Ferros. As dificuldades financeiras eram muitas e na época foi o que deu pra fazer. Desse grupo fizemos parte Aldcésar (esse que escreve), Valdênio, Faminha, Sueleide, Joseneide, Carlos, Cleiton, Edgar, Eurimar, Casciano, Ronivon, Luzia, Cássia e Toinho Cajazeiras. Adebaldo e Lupicínio Peixoto também fizeram parte do primeiro grupo, mas não chegaram a brincar carnaval conosco. Esse foi o grupo original.
     Nos anos seguinte vários outros integrantes passaram a fazer parte do nosso bloco. Peço desculpas se me esquecer de alguém, mas foram eles: Negão Eudes, Ronílton, Roberto Kéllery, Adgérson, Alcimar, Titiu, o saudoso Rivaldário, George, Leninha de Ronivon, Evelene, Medianeira, Leninha de Elson, Daves, Vanci, Silvaneide, Rosilene, Paula de Benedito, Neguinho Paraíba,  Antonio Bacatela... dos que eu me lembro do meu tempo. A garotada posterior a esse período pode completar a lista citando outros componentes. E SÃO MUITOS!!!!!
     Após a estreia em 1987 passamos a nos organizar com mais antecedência e conseguimos participar em todos os anos seguintes das quatro noites de carnaval. A prefeitura disponibilizou o antigo mercado público em algumas datas para que pudéssemos promover festas e assim angariar recursos para participar da folia. A primeira e a última noite eram em Pau dos Ferros. A segunda e a terceira em Itaú. Além de passarmos as tardes de domingo, segunda-feira e terça-feira no balneário de Tabuleiro Grande. Esse roteiro carnavalesco durou vários anos.
     Durante esse tempo fizemos parceria com Antonio do bar das almas (hoje Éden Clube). Nós cedíamos as datas para festa e ele entrava com a banda, nos disponibilizando uma porcentagem da bilheteria. Era seguro, pois não precisava arriscar prejuízo em bilheteria deficitária. Por muitas vezes ele complementou com entradas gratuitas nas noites de carnaval do Édem Clube.
     Fui presidente do bloco nos cinco primeiros anos, 1987, 88, 89, 90 e 1991. Nesse tempo houve um período de gestão de Leninha (como presidente) e Medianeira (como vice), que foi coisa de alguns meses. Em 1992 eu estava em São Paulo, a saudade bateu e na primeira noite de carnaval liguei para o Éden Clube e consegui falar com vários dos integrantes do bloco. 1991 foi último ano em que participei do Enchendo o Saco.
     Bloco carnavalesco tinha que ter sede. Como não éramos endinheirados adotamos como sede, em um primeiro momento, o depósito de algodão de “Seu” Umbilino Granjeiro (antiga La Conga) e posteriormente uma casa velha de “Seu” Osterno, próxima à igreja de São Sebastião.
     E a charanga? Quem era que tinha dinheiro para comprar instrumentos? A saudosa Dona Fátima (diretora do Cid Rosado na época) nos emprestou. Cobríamos as partes externas dos instrumentos e disfarçávamos como sendo do Ki-Bloco, um famoso bloco de Pau dos Ferros. É que não era permitida à escola emprestar esses equipamentos.
     O saudoso Gordo da Kombi foi uma figura muito presente na história do bloco. Sua Kombi era o nosso meio de locomoção. Dá um grande livro as histórias que se pode contar da convivência com essa figura show de bola. Saudades.
     Um aspecto importante do bloco era a democracia. Todas as decisões eram tomadas em reuniões, com todos os componentes tendo direito a expor suas ideias para depois serem colocadas em votação. O nome ENCHENDO O SACO foi sugestão de Leninha e Medianeira, aprovada pela maioria, e os primeiros desenhos de camiseta alusivos a esse nome vieram dessa dupla supercriativa. O meu amigo Túlio Cezar (neto de "Seu" Edson Apolônio) também está presente na história do bloco. São dele os desenhos de várias de nossas camisetas.
     Eram tempos difíceis do ponto de vista financeiro. Não éramos filhos de famílias abonadas, mas sempre dávamos o nosso jeito e conseguíamos fazer bonito no carnaval.
     Um dos fatores mais importantes do bloco foi a inclusão social, tema que é frequente hoje, mas naquela época não. O bloco estava sempre de portas abertas para quem quisesse fazer parte. Talvez esse fator tenha sido o principal responsável pela perseverança do bloco, além de sua imensa alegria na época do carnaval. Lembro que quando saíamos às ruas de nossa cidade na noite de sábado de carnaval a festa era geral. Mantínhamos as roupas que seriam usadas em mais absoluto segredo e era uma sensação meio que Divina quando nos vestíamos com elas para a folia.
     Quando me refiro à perseverança baseio-me no fato de que foi o único bloco carnavalesco de Encanto que continuou a existir por meio de gerações posteriores, visto que quando se fala em carnaval em Encanto o bloco Enchendo o Saco vem em primeiro lugar no pensamento das pessoas e é o primeiro nome que se pensa em colocar em qualquer grupo pretensamente carnavalesco.
     O Enchendo o Saco também foi o embrionário de outros dois grandes blocos carnavalescos de nossa cidade. O Mistura Fina e o Talismã. Esse dois blocos surgiram a partir da cisão do nosso bloco. Alguns integrantes desses eram remanescentes do Enchendo o Saco. Eles saíram do bloco, a amizade continuou, fundaram esses blocos e começou a surgir uma rivalidade sadia entre esses três.

Eis algumas fotos do bloco:
Essa fotografia mostra a formação original do Enchendo o Saco. Lamentamos a ausência, nessa fotografia, do Eurimar.
Estamos aí: Cleiton, Edgar e o Gordo.
Mais abaixo: Joseneide, Carlos, Luzia e Ronivon.
Mais à frente e agachados: Valdênio, Faminha, Sueleide, Casciano, Cássia, Toinho e Aldcésar.