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domingo, 31 de março de 2013

31 DE MARÇO - ANALISE ESSE DIA NA HISTÓRIA


Eventos históricos

·         627 - início da Batalha da Trincheira, o cerco a Medina por parte dos inimigos de Maomé.

·         1146Bernardo de Claraval prega seu famoso sermão em um campo de Vézelay, ressaltando a necessidade de empreender uma Segunda Cruzada. Luís VII está presente e se junta aos cruzados;

·         1371 – Celebrado o Tratado de Alcoutim entre os reis D. Fernando e D. Henrique II de Castela, onde o soberano de Portugal compromete-se a manter boas relações com o rei de França;

·         1774Guerra da Independência dos Estados Unidos: O Reino da Grã-Bretanha ordena que o porto de Boston, Massachusetts seja fechado;

·         1821 – É extinta a Inquisição em Portugal, por uma sessão das Cortes Gerais, Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa;

·         1822 – A população da ilha grega de Quíos é massacrada pelos turcos após uma tentativa de rebelião;

·         1829 – Francesco Severio Castiglione é eleito Papa e assume com o nome de Pio VIII;

·         1839 - Batalha de Pago Largo: travada entre as tropas das províncias argentinas de Entre Ríos e Corrientes.

·         1849 – Início do Moderno Espiritualismo;

·         1854 – O comandante Matthew Perry assina o Tratado de Kanagawa com o governo japonês, abrindo os portos de Shimoda e Hakodate ao comércio com os Estados Unidos;

·         1866 – A Armada espanhola bombardeia o porto de Valparaíso, Chile;

·         1885 – O Reino Unido cria um protetorado em Bechuanalândia;

·         1889 – A Torre Eiffel é inaugurada por Gustave Eiffel que a projetou;

·         1892 – Treze autoridades militares brasileiras assinam o Manifesto dos 13 generais contestando a legitimidade do governo e condenando as atitudes de Floriano Peixoto contra rebeliões nos estados e solicitando a convocação de nova eleição para a presidência da república;

·         1900 - Batalha de Sanna's Post: travada entre as forças do Império Britânico e os Boers das repúblicas independentes do Estado Livre de Orange e da República sul-africana.

·         1905 – A visita do Kaiser Guilherme II da Alemanha a Tânger, no Marrocos, desencadeia a Primeira Crise do Marrocos;

·         1909 – A Sérvia aceita o controle austríaco sobre a Bósnia e Herzegovina;

·         1917 – Os Estados Unidos tomam posse das Índias Ocidentais Dinamarquesas depois de pagarem $25 milhões à Dinamarca e renomear o território como Ilhas Virgens Americanas, por considerá-lo estratégico para a proteção do Canal do Panamá;

·         1918 – O Horário de Verão entre em vigor nos Estados Unidos pela primeira vez;

·         1931 – Um sismo destrói Manágua, Nicarágua, matando 2000 pessoas;

·         1938 – O município de Curitibanos no estado de Santa Catarina no Brasil recebe seu nome de Curitibanos.

·         1942 – Na Segunda Guerra Mundial, as forças japonesas invadem a possessão britânica da Ilha Christmas;

·         1959 – O 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso, cruza a fronteira da Índia e consegue asilo político;

·         1964 - O Golpe Militar de 1964 no Brasil derruba o presidente João Goulart e dá início ao regime militar do marechal Castello Branco, que dura até 1985.

·         Deflagrada a Operação Brother Sam pelos Estados Unidos, que consistia no envio de armas leves e munições, navios petroleiros, uma esquadrilha de aviões de caça, um navio de transporte de helicópteros, um porta-aviões classe Forrestal, seis destróiers, um encouraçado, além de um navio de transporte de tropas, e 25 aviões C-135 para transporte de material bélico com a intenção de invadir o Brasil, caso o golpe militar não se concretizasse;

·         1965 – O Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil com 2993,78 m de altitude, é escalado pela primeira vez;

·         1970 – O primeiro satélite artificial lançado ao espaço pelos Estados Unidos, o Explorer I, reingressa na atmosfera da Terra (depois de doze anos em órbita);

·         1991 – Dissolução do Pacto de Varsóvia;

·         1992 – O USS Missouri, o último encouraçado construído pelos Estados Unidos, é decomissionado pela última vez;

·         1993 – O congresso rejeita a criação do Estado do Iguaçu por 177 votos contra, 90 a favor e 13 abstenções;

·         1994 - O jornal científico Nature reporta o achado na Etiópia do primeiro crânio completo de um Australopithecus afarensis (veja Evolução humana);

segunda-feira, 25 de março de 2013

DISCURSO DA PRESIDENTA DILMA EM PERNAMBUCO

 
 
DISCURSO DA PRESIDENTA DILMA EM SERRA TALHADA - PERNAMBUCO
Eu queria desejar primeiro, boa tarde, um boa tarde muito emocionado, muito amoroso a todos os homens e mulheres aqui de Pernambuco, a homens e mulheres desse nosso Brasil. Queria cumprimentar um grande parceiro, um parceiro extremamente respeitado pelo meu governo – e, eu acompanhei de perto pelo governo do presidente Lula – nosso governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Eu queria dirigir um cumprimento especial a ela, – que nós te amamos – tomando emprestado do Eduardo, de dona Renata. Todos nós chamamos de dona Renata. Esse “dona” é extremamente carinhoso. A dona Renata, ela é um exemplo de mulher nordestina comprometida com uma das questões principais do nosso país, que é a questão das crianças. Eu reconheço, aqui de público, a contribuição que a Renata deu no meu governo para a questão das creches. Muita coisa aprendemos com a Renata. (…)… eu queria cumprimentar cada um de vocês, cumprimentar com um beijo no coração, as minhas companheiras mulheres. Eu me orgulho muito, que num país como o Brasil, ser a primeira mulher presidenta. E quando eu assumi o governo, eu disse que ia honrar as mulheres porque, para nós mulheres, é um momento muito importante. Uma mulher presidenta é, como dizia o presidente Lula: “um metalúrgico na Presidência, ele não pode falhar, uma mulher também não.” Porque aí vão dizer: “olha, lá, ela falhou porque é mulher”. Então, eu cumprimento as mulheres, porque elas sabem disso. Sabem que conosco o desafio é duplo. Sempre é duplo. Agora, eu queria dizer também para meus companheiros e para as minhas companheiras aqui presentes: estar no Nordeste, eu posso dizer para vocês, nos últimos tempos eu tenho viajado por quase todos os estados do Nordeste, e estar no Nordeste sempre me emociona porque o Nordeste, no Brasil, é o início do Brasil e também eu acho que é a solução do Brasil. É o início, porque foi aqui que nós começamos como civilização depois dos índios, lá na Bahia. Aqui em Pernambuco, onde se estruturou uma parte da nossa vida política, da nossa vida tanto na fase da Colônia como no Império, mas também na República. E, estar no Nordeste é especial ao estar aqui em Pernambuco. Eu olho no rosto de cada um de vocês, nos sorrisos, nesse jeito que eu não acho que é seco, viu, Eduardo, eu acho que é caloroso, é suave. Esse jeito de falar de vocês que envolve a gente.
Mas eu olho em cada um de vocês e eu vejo em cada um dos rostos, o rosto de um pernambucano gigante, um pernambucano especial que deu para o Brasil uma grande contribuição, que é o companheiro presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Eu aprendi a olhar muito do Nordeste, lendo alguns livros, assistindo Vidas Secas, percebendo a tortura da seca. Mas eu aprendi mesmo, mesmo a amar o Nordeste, a perceber que o meu país não seria um país integral enquanto o Nordeste não fosse uma parte plena, desenvolvida e com todos os direitos das outras regiões. Com o Lula, que de fato sempre amou o Nordeste, em especial Pernambuco, a sua Garanhuns e lá para mim sempre disse: quando eu nasci, não existia a separação entre Garanhuns e Caetés, não tinha. Então, eu quero dizer que ele amava aquela região que ele nasceu. E com ele eu aprendi a olhar o Nordeste também pelo fato que o Nordeste deu grandes contribuições ao nosso país. Nós podemos lembrar de várias contribuições: Frei Caneca, Joaquim Nabuco, Francisco Julião, Paulo Freire, Mário Schemberg, enfim, podemos lembrar de várias pessoas. Mas eu tenho de lembrar que essa terra fez nascer um cearense-pernambucano politicamente, que é Miguel Arraes. E tenho sempre, e lembro sempre do imenso carinho com que ele me tratou, além do imenso carinho, um grande e imenso respeito que todos os brasileiros que se dedicaram à transformação do país devem a Miguel Arraes.
E esta terra para mim também tem um aspecto muito especial: aqui nasceu um gênio criativo chamado Ariano Suassuna. Nasceu na Paraíba, mas sempre me disse que era pernambucano por opção e por engajamento ele era nordestino. Agora pela sua grandeza universal ele é brasileiro. E eu tenho um grande respeito e uma grande admiração por Ariano Suassuna, que se eu não me engano é tio da nossa dona Renata.
Eu estou fazendo aqui em Pernambuco hoje a mesma coisa que o Lula sempre fez quando eu o acompanhava o Lula nessas viagens. Ele vinha, conversava com o Eduardo, que trazia, porque tinha a determinação e o compromisso de fazer, trazia sempre uma obra e um benefício. Trazia obras e benefícios. Trazia o seu compromisso com o que eu vou chamar, com a pátria nordestina dele, mas eu vou chamar, sobretudo, com o Brasil. Porque desenvolver o Nordeste é algo que o Lula percebeu sempre, era desenvolver o Brasil. Tanto como acabar com a pobreza é uma obra crucial para formar nossa nacionalidade, acabar com a perversa distribuição de renda regional é uma obra de constituição da nossa nação. É uma imposição que aqueles que tem compromisso em garantir que nós sejamos mais que um grande país, nós sejamos uma grande nação devem a todos os nortistas, nordestinos e todos aqueles que foram durante séculos marginalizados e excluídos de forma deliberada por vários governos que me antecederam.
Vocês sabem muito melhor do que eu que, durante muito tempo, negaram ao povo pernambucano o que ele merecia. Eu acredito que isso veio acabando. Acho que várias iniciativas, como o governo do Miguel Arraes, mudaram esse padrão de exclusão de Pernambuco, do Nordeste, das questões brasileiras. Mas acredito que quando o Lula chegou à Presidência da República um novo ciclo de desenvolvimento se instalou no Brasil. Um novo ciclo que contempla todo o povo brasileiro. Que torna o povo brasileiro o centro da preocupação do governo. e que torna a necessidade de um reequilíbrio nas relações entre as regiões do país com a imposição do desenvolvimento.
O Lula era uma criança que, possivelmente, estaria condenada a não sobreviver, a não ter uma vida plena. E, como muitos nordestinos, era essa a condenação que pesava sobre ele. Mas ele superou isso. Ele é um caso que mostra perfeitamente a imensa capacidade e determinação do homem e da mulher nordestinos no sentido de sobrevier, viver e mudar sua vida.
Por isso, eu acredito que ele teve um papel fundamental no Brasil. Ele teve um papel fundamental no Brasil porque ele jamais esqueceu de onde ele veio. E nós não só não podemos esquecer de onde viemos, como não podemos nos esquecer dos compromissos políticos que ao longo de nossas vidas nós lutamos por eles, nós constituímos todo um processo de luta e de mudança. E essa mudança não é uma mudança que está nas estatísticas, que está lá nos números. Não é. Essa mudança que começa em 2003, podem ter certeza, ela só é real porque é uma mudança na vida da pessoa, lá dentro da casa da pessoa. É essa mudança que eu me refiro, aquela que significa que no Brasil as pessoas hoje não têm certeza que o Brasil não tem aquela cara feia que tinha da miséria, aquela cara feia da exclusão, aquela cara feia da desigualdade. O Brasil hoje tem outra cara. É a cara que nós vemos quando a gente olha na rua e olha aqui: é a cara da mãe, que conseguiu tirar seus filhos da pobreza extrema, com o Bolsa Família, com a valorização do salário mínimo. É a cara da mãe que vai colocar o seu filho em uma escola de tempo integral, que vai colocar sua filha na creche. É a cara do pai, que pela primeira vez tem acesso à casa própria. É a cara e os rostos de 19 milhões de trabalhadores com carteira assinada, com carteira assinada. É a cara do estudante que jamais poderia entrar em uma escola privada, e agora pode, através do Prouni. É a cara que o Brasil tem quando a gente olha os brasileiros no mundo, é a cara do respeito e da autoestima, a cara de um Brasil que inspira cada um dos seus filhos, porque nós só somos respeitados lá fora porque nós mudamos aqui as condições, e provamos que era possível mudar.
Eu sei que estou aqui hoje inaugurando uma obra. E inaugurar uma obra que melhora a vida das pessoas e começa melhorando já no início, quando contrata trabalhadores – e aqui eu quero homenagear todos os trabalhadores, que com as suas forças e com a sua mão, fizeram essa obra magnífica. Nós sabemos que entregar uma obra é um prazer quando ela é uma conquista. Eu sempre escuto do Fernando Bezerra a seguinte frase: “Presidenta, essa obra está prevista há dez anos”. Às vezes ele diz pra mim há cinquenta anos e eu acho que uma obra como essa não podia estar prevista há dez anos. Nós hoje só temos ainda dificuldade em relação à seca porque isso que nós estamos fazendo, hoje, tinha de ser feito há um século atrás. É isso, é por isso. Por isso eu fico muito feliz de estar entregando esse primeiro trecho do sistema Pajeú.
Nós vamos garantir aqui um direito dos mais sagrados: a água. E a água, para nós… e eu acho que, de fato, uma questão que o governador falou e ele tem toda razão: não só nós quebramos o clientelismo da água, mas nós quebramos também o clientelismo com o Bolsa Família. Quando nós… nós acabamos com o clientelismo quando criamos o cartão, acabamos com o intermediário, acabamos com alguns clientelismo no Minha Casa, Minha Vida. Todo mundo que tem… todo brasileiro tem direito ao Minha Casa, Minha Vida. Nenhum órgão tem poder de falar: olha, eu estou te dando a casa. A casa é um direito de cidadania, assim como a água é um direito de cidadania. E a água que faz brotar vida – e nós somos quase todos água –, essa água tem de ser considerada uma das questões estratégicas do Brasil.
Por isso, essa obra não vai terminar aqui. A ministra Miriam disse: “essa obra de Serra Talhada vai chegar a Afogados da Ingazeira, e de Afogados da Ingazeira ela vai a Taperoá, lá na Paraíba, passando por todas as cidades desse trecho. Nós vamos fazer Entremontes, nós vamos assegurar que aqui tenha segurança hídrica construindo também todo sistema do Agreste, o Canal do Agreste, a Adutora do Agreste. Nós iremos investir aqui de forma substantiva, porque um país como nós não pode ter esse tipo de relação com a seca que nós tivemos até hoje. Nós estamos há dez anos no governo, nós tivemos parcerias estratégicas como essa aqui em Pernambuco e várias outras em outros estados. Nós temos obrigação de construir no Brasil, uma garantia de água que permita que a seca seja um evento da natureza, mas não provoque, não mude e não diminua o ritmo das conquistas do povo brasileiro e do povo nordestino.
Por isso, aqui, no Nordeste, nós estamos investimento em torno de R$ 32 bilhões em adutoras, barragens, canais, estações de tratamento, redes de abastecimento de água, programa água para todos.
Nós, e eu faço questão também de lembrar que no próximo ano a interligação da bacia do São Francisco vai chegar ao reservatório de Jati, na divisa do Pernambuco com o Ceará. E isso vai significar que nós estamos cercando, cercando, criando uma barreira contra a seca, através dessas adutoras, dessas barragens e de todo um processo de construção como é esse que o governo do Estado vem fazendo com o governo federal nos últimos anos. Nós sabemos que estamos enfrentando a maior seca dos últimos 50 anos. Em alguns lugares é a maior seca dos últimos 100 anos. Esse é um dado científico, é um dado comprovado. Há um ano nós viemos atuando juntos: os governadores e o governo federal, e as prefeituras. Nós mudamos a questão da operação carro-pipa no governo federal. Quem faz a operação carro-pipa no governo federal é o Exército Brasileiro e é o Exército Brasileiro que está hoje com quase cinco mil carros-pipa, distribuindo água complementarmente ao que fazem os estados que também têm carros-pipa, mas também não nessa proporção. E o Exército vai continuar e vai aumentar a operação carro-pipa.Aqui nós temos 826 carros-pipa e também vamos continuar instalando cisternas, vamos continuar instalando cisternas, passando recursos para o governo estadual fazer barreiros e fazer poços. Nós vamos continuar também pagando o seguro garantia-safra de R$ 140 e o bolsa-estiagem de R$ 80. Agora, no dia 02, ele será prorrogado até julho, mas enquanto durar a seca nós iremos pagar seguro garantia-safra e bolsa estiagem. Nós vamos continuar vendendo milho. Só que agora de uma forma também mais aperfeiçoada, vamos acertar essa venda com os governadores. O governo federal compra milho e vende para o agricultor a um preço mais baixo, para o agricultor do semiárido nordestino. Nós vamos também garantir que assim que a seca pare, assim que a chuva comece, o governo federal vai ter um programa de recomposição de rebanhos. Eu tenho dito isso em todos os estados da União. Eu não sou de prometer sem cumprir, e eu quero dizer para vocês que nós não iremos perder as conquistas que tivemos nesses dez anos. Nós não vamos perder por que? Porque temos coragem, determinação e vontade política de assegurar que o povo daqui dessa região, de todo o Nordeste e do semiárido, tenha condições de voltar a ter a situação que tinha, a melhor situação que tinha antes da seca.Nós vamos discutir isso nessa reunião que é muito importante e que vai acontecer dia 2 de agosto, desculpa, de abril. Porque eu acredito o seguinte: eu acredito que nós temos que avançar. Nós temos que avançar e temos que assegurar que os mecanismos de combate à seca eles têm que ser permanentes. Não é que nós vamos, de jeito nenhum, ficar com a mesma história todo tempo, mas a hora em que acabar a seca e vier a chuva, nós vamos ter que criar mecanismos que durem e assegurem que as pessoas não sejam atingidas. Exemplo: nós vamos ter que tratar de uma questão que é o estoque da alimentação dos rebanhos. Como é que nós garantimos que haja permanentemente um estoque de segurança, de garantia dos rebanhos aqui na região. Bom, eu queria dizer também para vocês que durante muito tempo o povo nordestino foi levado a acreditar, ou melhor, até não acho que o povo nordestino acreditava não, mas o resto do Brasil acreditava, que o problema aqui do Nordeste era o clima. E que porque tinha o clima não tinha saída. Eu acho que o problema não é o clima. O problema do Nordeste é a valorização do homem e da mulher pernambucanos, baianos e nordestinos. Valorizar significa perceber, e eu acho que nós provamos isso, que é possível combater a seca de outra forma. É possível combater a seca olhando a seca e percebendo que o homem e a mulher são capazes de vencer quando providenciam os instrumentos corretos. E é isso que nós queremos. Sistema adutor, sim. Sistema adutor, sim. Proteção à pequena agricultura, sim. Garantia do milho, porque o governo federal vai garantir o milho. Se tiver que importar milho, vai importar milho e garantir milho aqui nessa região.
Eu queria dizer para vocês que em que pese tudo isso, nós estamos vendo uma mudança acelerada aqui na região. Pernambuco, eu acho, que é um novo Pernambuco nos últimos dez anos e, sem dúvida, o governador tem um grande papel nisso, e o governo federal, tanto com o Lula quanto na minha gestão, também tem. Nós aqui conseguimos uma questão fundamental. Nós conseguimos que a economia crescesse e que a indústria aqui também aumentasse a sua presença. Nós conseguimos fazer um conjunto de obras que fazem e mostram uma nova face para esse novo Nordeste.
Eu me refiro ao Porto de Suape, à Refinaria Abreu e Lima, à duplicação de estradas federais, o Gasene, a integração do São Francisco e eu queria dizer, tem gente que fica falando, não vai sair a Refinaria Abreu e Lima. São aves de mau agouro, aves de mau agouro que estão erradas, porque nós vamos fazer a Refinaria Abreu e Lima e logo, logo, ela vai estar processando seus 230 mil barris por dia e isso vai significar não só um ganho aqui para Pernambuco, mas para o Brasil, porque essa será a primeira, a primeira refinaria em 33 anos no nosso país.
Eu acredito que obras como o Atlântico Sul, a petroquímica do Nordeste aqui em Suape, tudo isso e as obras da Fiat, elas mostram um novo cenário, um cenário em que essa parceria tem resultado, tem dado resultados efetivos, melhorando aquilo que interessa para as pessoas. As pessoas querem ter um emprego, querem ter um salário certo no fim do dia, querem ter oportunidades, é isso que as pessoas querem.
E aí eu quero dizer para vocês uma coisa: todos esses investimentos que nós fizemos aqui em Pernambuco, se você juntar os investimentos federais e aqueles feitos pelas nossas estatais, nós chegamos a um volume extraordinário, um volume de R$ 60 bilhões, aqui nós botamos R$ 60 bilhões. Porque o governo coloca não só na forma de Orçamento Geral da União, mas coloca na forma de financiamento.
Hoje nós entregamos, aqui, tanto as retroescavadeiras como os ônibus escolares. Mas eu queria dizer para vocês que, além dos investimentos em infraestruturas e empresas, é importante destinar aos prefeitos um trio, um trio que é constituído por um caminhão-caçamba, uma retroescavadeira e uma motoniveladora. Todos os municípios menores de 50 mil habitantes vão receber, mas nós, nesse programa do dia 2 de abril – eu vou antecipar para vocês –, vamos estender também para os municípios do semiárido que tenham mais de 50 mil e estejam no semiárido.
Tem um cartaz ali falando: 10% para a educação. Da minha parte, eu considero que o futuro do Brasil passa pela questão da educação, passa por várias questões da educação, passa pelo curso técnico profissionalizante que nós estamos fazendo, em parceria com o Sistema S, criando 8 milhões de vagas pelo Brasil afora – além disso nós, aqui em Pernambuco, é bom que se diga, matriculamos 42 mil jovens no Pronatec –, passa pelas escolas técnicas estaduais, passa pelas novas universidades.
Nós prometemos 10 institutos federais, institutos técnicos federais até 2014. E nós iremos implantá-los. Entre eles, nós vamos implantar, aqui, todos os projetos já definidos. Eu queria lembrar que inclusive vamos implantar aqui em Serra Talhada um instituto federal de tecnologia e escola profissional.
Agora, eu queria explicar para vocês uma coisa. Nenhum governador, nenhum prefeito tem dinheiro suficiente para pagar professor no Brasil. E pagar professor no Brasil é essencial. Ninguém vai melhorar a educação sem dar uma nova importância e um novo status ao professor. Aonde que está o dinheiro? Não, não adianta me bater palmas, não adianta. Eles não têm de onde tirar, eles não têm de onde tirar o recurso, nem os governos estaduais. Por isso, nós mandamos para o Congresso Nacional, numa medida provisória, que todos os royalties do petróleo do governo federal, dos governos dos estados e das prefeituras fossem destinados à educação, porque esse país só vai para a frente se nós investirmos, de forma significativa, na educação. E aí não é só construir escola, construir escola faz parte. Aí é valorizar, valorizar aquele que ensina nossos filhos, nossos netos. É valorizá-los. Mas não é só valorizá-lo, é formá-lo melhor. E eu quero dizer aqui para todos que nenhum país do mundo virou uma nação desenvolvida sem alguns requisitos. Primeiro, sem escola em tempo integral. Escola em tempo integral não é aquela que primeiro ensina matemática, português e uma língua e ciências de manhã e de tarde faz arte e faz esportes. Não é isso não. Escola em tempo integral faz português, matemática, ciências, um língua o dia inteiro. Em todos os países desenvolvidos é assim. Pode fazer também futebol e artes, mas isso é complementar, suplementar. Escola em tempo integral é para que nossos filhos sejam melhores do que nós. Que é o anseio de todo pai e de toda mãe, os seus filhos serem melhores que eles. Daí só tem um dinheiro de onde a gente pode tirar, e esse dinheiro é dos royalties do petróleo no Brasil. Por quê? Porque nós temos de fazer isso nos próximos dez anos, nós precisamos fazer isso nos próximos dez anos. Nos próximos dez anos nós temos de garantir que as crianças até oito anos de idade saibam fazer as contas de aritmética, saibam ler um texto simples e interpretar. Isso chama-se alfabetização na idade certa. O Brasil precisa que suas crianças tenham uma qualidade de educação que vai, progressivamente, atingindo a cada um de nós, as indústrias, a agricultura, aos serviços. Por isso, eu quero dizer para vocês que 10% da educação… eu não sei se são só 10[%], se no início é um pouco mais de 10[%] e depois vira 10[%]. Agora, eu sei de onde sai o dinheiro. O dinheiro sai de onde tem dinheiro, que é dos recursos originários da exploração do petróleo no nosso país.
Nós diminuímos a distância entre ricos e pobres. Todo mundo hoje pode se orgulhar disso. Você pega um avião hoje, e gente que nunca entrou num avião nos últimos dez anos, está lá sentada junto com todo mundo. Nós sabemos que a questão fundamental do nosso país é que diminuiu a distância. O que mudou no Brasil? Se perguntarem para vocês: o que mudou no Brasil? Sabem o que mudou no Brasil? Nós diminuímos as distâncias entre ricos e pobres, mas nós fizemos isso acelerando a renda dos mais pobres, que cresceu mais de 90%, enquanto a renda dos mais ricos também cresceu, mas cresceu menos, cresceu 16%. Essa é uma questão fundamental para um país como o nosso.
Nós também não seremos uma grande nação enquanto não acabarmos com a pobreza. Não seremos, não tem jeito. Aquela visão que excluía uma parte da população e uma parte do Brasil foi, nos últimos dez anos, enterrada. Foi isso que aconteceu no Brasil. Nós mudamos, completa e totalmente, o que vinha acontecendo.
E eu quero dizer para vocês que nós iremos mudar ainda mais. Nós iremos mudar a infraestrutura do país, que precisa ser mudada. E aqui eu vou antecipar aquilo que o ministro estava doidinho para anunciar, e ele tem razão de querer anunciar, porque uma parte ele sempre defendeu essa questão e eu acho que ele tem razão, que é a questão das ferrovias. Nós vamos fazer uma ferrovia por dentro do estado de Pernambuco. O ministro defendeu porque tinha previsto uma ferrovia que nós vamos manter que sai de Salvador e vai até Recife, ou vai de Recife a Salvador. E a proposta do ministro era uma outra ferrovia, que saindo desse trecho, da Transnordestina, subiria por dentro do estado e chegaria a Petrolina. É Garanhuns-Petrolina, Parnamirim, Petrolina e depois Salvador. Você pode levantar e falar sua ferrovia. Não, eu vou deixar… aqui meu filho … ô gente, ele está se fazendo… porque eu avisei a ele que eu ia chamar…


quinta-feira, 21 de março de 2013

PARABÉNS, ENCANTO!!!!!

50 ANOS DE MUITA GLÓRIA!!!!
 
 


quarta-feira, 20 de março de 2013

ANTONIO BARROS E CECÉU



      O compositor e a mulher e parceira, Cecéu, se mudaram para Brasília recentemente, para acompanhar a filha, Mayra Barros, que mantém na capital um escritório de administração de direitos autorais. A atividade da filha, evidentemente tem a ver com a carreira os pais. Junto ou em separado, o casal assina mais de 700 músicas, gravadas por artistas como Luiz Gonzaga, Elba Ramalho, Marinês, Alcione,Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, Genival Lacerda, Ney Matogrosso, Dominguinhos, Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Fagner e Gal Costa, entre outros, e cantarolada por muita gente que ignora o nome dos autores. Barros conta que outro dia  foi fazer cadastro em uma loja e preencheu no espaço profissão: compositor. A moça olhou para a colega como quem desdenha. “Aí eu disse: ‘Minha filha, esse seu computador tem internet? então procure aí no Googlen’Antonio Barros e Cecéu’. No sistema de busca a vendedora descobriu que o cliente era o autor de Procurando tu, Homem com H, Bate coração, Por debaixo dos panos, É proibido conchilar, Pra virar lobisomem, Forró do xenhénhém..
C sobre Barros e Cecéu:
ANOS 50
No início da década Barros se mudou de Campina para Recife, onde trabalhou como retocador de retratos antes de conseguir emprego como pandeirista nas rádios parceiras Rádio Clube e Tamandaré. Aí teve as primeiras composições gravadas por Jackson do Pandeiro, Genival Lacerda e Zito Borborema.
 
CAMPINA GRANDE
Barros morou na cidade dos 13 aos 19 anos. Lá, trabalhou como pandeirista da então novíssima Rádio Caturité. “A inauguração foi no Cine Capitólio e os convidados eu lembro até hoje: Hebe Camargo, Blecaute, Waldir Azevedo, Sílvio Caldas e Sivuca”. Esse último era chamado de Diabo Louro da Sanfona. “Ele só queria um pandeirista porque ninguém o acompanhava na carreira danada que ele fazia. Fiquei com medo. Mas caiu para cima de mim. Disseram: ‘Você vai ter que acompanhar porque é funcionário da rádio’. Sivuca pegou o tal de Brasileirinho e deu a moléstia na sanfona, e eu pererê, pererê, pererê no pandeiro’. Quando terminou, pensei: ‘Felizmente acabou’. Mas aí todo mundo gritou: ‘De noooovo’. E eu: ‘Não faça isso não...’.
 
ELBA RAMALHO
O primeiro grande sucesso de Elba foi Bate coração, de Cecéu, gravada no disco Alegria (1982). A partir daí, músicas de Antonio de Barros e Cecéu apareceram com frequência no repertório da cantora.No disco mais recente, Vambora lá dançar e Deitar e rolar. “Elba tem bom gosto, sabe o que escolhe. Tomara que toque”.
 
GOSTO MUSICAL
“Escuto muito rádio. Gosto de música instrumental e clássica. Porque, se não escuto uma poesia bonita, como a de Vinícius de Moraes ou a de Chico Buarque, prefiro um instrumental Pra não ouvir as besteiras que a gente ver na televisão. Mas uma coisa muito boa em Brasília são as rádios daqui, tocam muita música boa, MPB do meu tempo, Tom Jobim, Vinícius, esse povo todo. Na Paraíba, o dia todinho são essas bandas do Ceará, tudo comprado. Aí você não tem prazer de escutar uma emissora de rádio.”
 
HOMEM COM H
“Naquela época passava a novela O Bem-Amado. Aí teve uma briga de Zeca Diabo com Odorico. Zeca chegou lá numa bronca não sei por que e deu uma decisão em Odorico, e o prefeito dizendo: ‘Zeca Diabo, deixa pra lá’. Dirceu Borboleta só assistindo. Quando Zeca Diabo foi embora, Dirceu olhou para Odorico: ‘Mas coronel, o senhor é dono da cidade e está com medo desse bandido?’. E Odorico: ‘Olhe Dirceu, nunca vi rastro de cobra nem coro de lobisomem, eu sou é homem’. Eu disse: “Êpa!”
 
INSPIRAÇÃO
“Se eu me sentar para compor e passar mais de duas horas, não componho mais. Nenhum desses sucessos todos levou mais de duas horas. Aquela música está na minha cabeça, se eu deixar dissipar, eu perco o gosto dela. Tem gente que passa um mês com uma frase, eu não”.
 
JACKSON DO PANDEIRO
Conhecidos de Campina Grande, Jackson e Antonio Barros se reencontraram em Recife. O primeiro pandeirista da Rádio Jornal do Commercio, o outro da Rádio Clube/Tamandaré. A primeira música de Barros que o Rei do Ritmo gravou foi uma marchinha de carnaval, Velho Sapeca. Os dois voltaram a conviver no Rio, Jackson deu abrigo ao amigo quando esse chegou lá sem ter nem onde dormir.
 
LUIZ GONZAGA
“A primeira música de Luiz Gonzaga que ouvi não foi um forró, foi um samba”. Mais tarde Gonzaga gravou Estrela de Ouro, a primeira várias composições de Barros a entrar em seu repertório. A mais famosa é Óia eu aqui de novo.
 
MUSA
“Cecéu é minha musa inspiradora, sempre deu opiniões. ‘Cecéu o que tu acha disso? vamos botar, tirar?” Às vezes  a pessoa não compõe,mas faz parte daquilo, está ali conversando e diz uma frase, uma coisa, nem sabe que dali vai nascer uma música, é um parceiro e  nem sabe. Ela dá uma ideia, eu pego e vou fazendo uma coisa e a gente vai se entrosando”.
 
NEY MATOGROSSO
“Tempos depois do estouro de Homem com H na gravação de Ney, o produtor Mazola levou o compositor para apresentar ao cantor. “Ney trouxe esse senhor para você conhecer”, disse Mazola. E Ney: “Muito prazer, quem é? Eu olhei pra ele e cantei: ‘Nunca vi rastro de cobra nem coro de lobisomem’. E ele: ‘Antonio Barros?! Tem outra?. Eu disse: ‘Tenho: o que gente faz é por debaixo dos panos...’. Depois ele gravou: “Aí o pau come, aí o pau come, eu deixo de ser homem pra virar lobisomem”.
 
OBRA
Além das 700 músicas gravadas, Antonio Barros e Cecéu têm na gaveta outra centena de inéditas, o que faz com que o compositor evite produzir mais. “Senão vai desgastando a inspiração, vai ficando uma coisa rotineira, uma por cima da outra, não quero misturar melodia.
 
QUEIMADAS
Antonio Barros morou na cidade onde nasceu até os 13 anos, entre 1930 e 1943.
 
REFERÊNCIAS MUSICAIS
“Minhas referências eram valsas, marchinhas de carnaval, Ataulfo Alves... Não existia ainda música nordestina. Nas festas do interior dizia-se ‘vai ter um samba na casa de fulano de tal’. Era o sanfoneiro tocando,o um bumbo e um pandeiro. O cara cantava no gogó. Era samba a noite todinha. O sanfoneiro em pé num tamborete, ali a tocar naquelas salas de visita daquelas casas do interior.
 
SUCESSOS
Entre as músicas mais conhecidas de Antonio Barros e Cecéu estão, além de Bate coração(gravada originalmente por Marinês), Amor com café, Homem com H, Por debaixo dos panos, Forró do poeirão, Procurando tu, Forró do xenhénhém, Casamento da Maria, Sou o estopim, Óia eu aqui de novo, Bulir com tu, Brincadeira na fogueira, É madrugada, É proibido cochilar e Forró desarmado.
 
TRIO NORDESTINO
Barros estava em uma boate no Rio de Janeiro quando viu três mulatos entrarem cantando. Chamou o cantor: “Tu tens a voz bonita, dá certinho para as músicas que eu faço”. Quando se identificou o cantor disse que já o conhecia por causa das composições dele gravadas por Luiz Gonzaga, e propôs: “Vamos nos encontrar amanhã para você mostrar umas músicas para mim”. Começou ali a parceria com o Trio Nordestino. O primeiro sucesso: “tem tanta fogueira, tem tanto balão...”. Depois: “Eu fiquei tão triste, eu fiquei tão triste naquele São João”... E daí por diante.
 
UNIVERSAL
A gravação Pra virar lobisomem na voz de Ney Matogrosso fez sucesso na Itália e ganhou uma versão em italiano. Músicas de Antonio Barros e Cecéu já foram gravadas em Portugal, Israel e Espanha.
 
XOTES
Depois de emplacar uma série de marchas juninas na interpretação do Trio Nordestino, Antonio Barros compôs o xote Procurando tu, que virou sucesso em São Paulo antes do Nordeste. “Foi o único sucesso que veio de baixo para cima. Passou três meses em primeiro lugar nas paradas com o Trio Nordestino. Até Roberto Carlos foi para o segundo lugar. “Com isso, outros xotes foram compostos para o grupo, como: todo mundo nu... casamento da Maria. Era um xote atrás do outro.
 
ZÉ DANTAS
“Tenho uma grande admiração por Zé Dantas. As pessoas vaidosas dizem ‘eu criei isso, criei aquilo’, ninguém cria nada. Eu segui aquela linha de Zé Dantas, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.
Fonte: Correio Braziliense