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quinta-feira, 26 de abril de 2012

PAULADA NO PARTIDO DAS ELITES, O DEM.

AS COTAS RACIAIS SÃO CONSTITUCIONAIS
VOTOS DOS MINISTROS
Ricardo Lewandowski
“Aqueles que hoje são discriminados têm potencial enorme de contribuir que nossa sociedade avance culturalmente. Justiça social mais que simplesmente distribuir riquezas significa distinguir, reconhecer e incorporar valores. Esse modelo de pensar revela a insuficiência da utlização exclusiva dos critérios sociais ou de baixa renda para promover inclusão, mostrando a necessidade de incorporar critérios étnicos."

Rosa Weber
"A representatividade, na pirâmide social, não está equilibrada. Se os negros não chegam à universidade, por óbvio não compartilham com igualdade de condições das mesmas chances dos brancos. Se a quantidade de brancos e negros fosse equilibrada, seria plausível dizer que o fator cor é desimportante. A mim não parece razoável reduzir a desigualdade social brasileira ao critério econômico". “A pobreza no Brasil tem cor. Se os negros não chegam à universidade não compartilham em igualdade de condições com os brancos. Quando o negro se tornar visível na sociedade, política compensatória alguma será necessária” disse a ministra.

Cézar Peluso
"Não posso deixar de concordar com o relator que a ideia (cota racial) é adequada, necessária, tem peso suficiente para justificar as restrições que traz a certos direitos de outras etnias. Mas é um experimento que o Estado brasileiro está fazendo e que pode ser controlado e aperfeiçoado", votou o ministro.

Joaquim Barbosa
"Aos esforços de uns em prol da concretização da igualdade que contraponham os interesses de outros na manutenção do status quo, é natural que as ações afirmativas sofram o influxo dessas forças contrapostas e atraiam resistência da parte daqueles que historicamente se beneficiam da discriminação de que são vítimas os grupos minoritários. Ações afirmativas têm como objetivo neutralizar os efeitos perversos da discriminação racial", disse Barbosa em seu voto.

Cármem Lúcia
"A melhor opção é ter uma sociedade na qual todo mundo seja livre para ser o que quiser. Isso é uma etapa, um processo, uma necessidade em uma sociedade onde isso não aconteceu naturalmente", disse Cármen Lúcia.

Marco Aurélio Mello
Defendeu a chamada "ação afirmativa" que, em sua opinião, oferece mais oportunidades aos negros: "A neutralidade estatal mostrou-se nesses anos um grande fracasso. É necessário fomentar-se acesso à educação. Urge implementar programas voltados aos menos favorecidos.”
 
Luiz Fux
A reserva de 20% das vagas para negros no vestibular é uma forma de "remediar desvantagens impostas por minorias em razões de preconceitos passados". Uma coisa é vedar a discriminação; outra coisa é implementar políticas que levem à integração social e étnica do afro-descendente diante dessas ações afirmativas, principalmente dessa integração social acadêmica. A opressão racial dos anos da sociedade escravocrata brasileira deixou cicatrizes que se refletem na diferenciação dos afro-descendentes. A injustiça do sistema é absolutamente intolerável - continuou. - A constituição de uma sociedade justa e solidária impõe a toda a coletividade a reparação danos pretéritos perpetrados por nossos antepassados, adimplindo obrigações jurídicas.

Gilmar Mendes
Para o ministro, o modelo adotado pela Universidade de Brasília (UnB) deve ser aperfeiçoado. Segundo ele, pessoas ricas podem se "aproveitar" do sistema para ingressar na universidade de forma mais fácil. “O modelo da UnB tem virtudes e defeitos de um modelo pioneiro”, afirmou. 

Celso de Mello
"As ações afirmativas são instrumentos compensatórios para concretizar o direito da pessoa de ter sua igualdade protegida contra práticas de discriminação étnico-racial", disse. “Uma sociedade que tolera práticas discriminatórias não pode qualificar-se como democrática.”


Ayres Britto
O presidente do STF, ministro Ayres Britto, foi o último a votar. Também favorável ao sistema de cotas, Britto afirmou que os erros de uma geração podem ser revistos pela geração seguinte e é isto que está sendo feito. "Aquele que sofre preconceito racial internaliza a ideia, inconscientemente, de que a sociedade o vê como desigual por baixo. E o preconceito, quando se generaliza e persiste no tempo, como é o caso do Brasil, por diversos séculos, vai fazer parte das relações sociais de bases que definem o caráter de uma sociedade".